"Chega mais perto e contempla as palavras, cada uma tem mil faces secretas.”

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Arrumando as prateleiras do preconceito

Estava arrumando minha prateleira de livros quando encontrei o livro Preconceito Linguistico do Marcos Bagno e um filme passou na minha cabeça. Lembrei de todo o contexto que o autor expôs e uma chuva de pensamentos me veio na cabeça, então corri, peguei lápis e papel e comecei a escrever...
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Esse é o meu modo de ver como o preconceito linguisto acontece, não sou contra a gramatica e nem contra as normas gramaticais, só percebi que podemos ir bem mais além do que já foi imposto. Os gramaticos e simpatizantes....as minhas desculpas, caso discordem do meu ponto de vista.




Falar sobre o livro Preconceito Linguistico do sensível Marcos Bagno é algo prazeroso, pois venho vivenciando o que ele relata tão bem. Vivemos em uma sociedade de aparências que luta contra a sua própria identidade. O Brasil apesar de ter sido colonizado por Portugal, cultivou também os costumes de outras nações que por aqui passaram, o resultado foi um misto de todas elas. Diante de tantas linguagens que temos, poderíamos ser bem mais ricos culturalmente, termos um vocabulário enorme, uma variedade linguística, mas na realidade nada disso acontece e estar muito longe de acontecer. O ensino tradicional e as gramáticas normativas estão ai para nos impor o que é certo e o que é errado, não levando em consideração que as pessoas evoluem, que a linguagem muda, que as vivências aparecem, que surgem a todo instante uma nova expressão, uma nova palavra, uma nova maneira de ver o mundo. Quem não se adequa a essas normas é taxado e rotulado de que não sabe falar e tampouco escrever. Geralmente ocorre com os pobres, que são os que menos têm acesso a educação. E justamente por não terem acesso a educação das gramáticas, acabam “aprendendo” no dia a dia a leitura e a escrita necessárias para a sobrevivência. A norma culta apareceria com o intuito de igualar a sociedade fazendo com que todas as pessoas falassem e escrevessem da mesma forma, mas o que aconteceu foi a desigualdade de classes, onde os ricos são os detentores do saber e os pobres são a vergonha da sociedade porque não sabem de nada. A escola com seu ensino tradicional, com seus professores e métodos retrógrados, com suas gramáticas indecifráveis tentam “empurrar” aos seus alunos todas as regras, siglas, nomenclaturas e definições de uma língua que não é a deles, por isso muitos alunos se queixam que português é difícil, que não entendem nada. Também podera! Tão mais fácil seria ensinar de acordo com o cotidiano, com a vivência de cada um, com as experiências adquiridas, assim não teríamos esse estigma da nossa língua e não sofreríamos preconceitos por nós mesmos e pelos de fora.

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